Pela manhã, funde-se num copo, um quadro, uma fita, forma
uma fila de janelas. A luz adentra seus vidros, cabelos, cadeados. Seus dedos
me espetam, riscam a louça. Ela amanhece
com a casa, o sol lambe-lhe os tijolos, as curvas.
À tarde, transmuta-se em azulejos, as grandes rodas dos
ônibus, o fio que conduz as palavras, o mar que molha a cidade. Seus olhos se
tornam azuis, seus cabelos são algas e as unhas conchas.
Mais tarde é o preto da noite, os faróis dos carros e tudo
mais que vence o dia. As estrelas, os dragões que ali habitam, as explosões e
os silêncios.
Tudo aqui é muito bonito.
ResponderExcluirBeijo.
Obrigada, Mateus!
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