O passado é o caroço da azeitona que eu não cuspi, resta áspero na
língua.
O passado é o calo, é a pedra no sapato, o prato de porcelana azul.
É o nome que eu chamo, a mulher ausente, os gritos na escada.
O passado é o grito seguido de silêncio.
É o que me escapa, meu motivo recôndito.
É o quadro na parede,
o retângulo esmaecido do que um dia foi o quadro na parede,
a mesa de jogos,
o jardim interno,
a casa para a qual não posso voltar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário