É o seu primeiro dia no ambulatório do hospital geral do estado e ele precisa contar ao homem na sua frente que seus exames diagnosticaram uma doença rara e incurável.
O homem na sua frente trabalha como perfurador de uma companhia de gás, fez um exame de rotina porque a filha o obrigou. Agora espera saber o resultado.
A técnica de enfermagem que passa pelo corredor e vê as radiografias expostas na sala do jovem médico lembra que precisa retocar a maquiagem de seu olho machucado.
O auxiliar de limpeza do hospital abraça a técnica de enfermagem no depósito, após tê-la flagrado chorando.
Ao ver o rapaz e a enfermeira saindo do depósito a faxineira perde-se em reminiscências da infância.
A médica residente comenta com a recepcionista que a faxineira derrubou por acidente um frasco de éter no quinto andar.
Naquela noite, ao sair do hospital, a recepcionista receberá um elogio de um estranho. Em casa, sorrirá na frente do espelho.
Em silêncio, a filha da recepcionista observa o mundo através do vidro dos óculos.
O motorista do ônibus que passa pela rua ainda não sabe, mas será pai.
No mesmo ônibus viaja uma mocinha que ainda esta tarde confessará seu amor por uma prima carnal.
A prima da mocinha precisará largar o emprego, pois o seu pai está com uma doença rara e incurável.
O que você escreve faz o tempo suspender o ritmo e pensar sobre o que está escrito. Tudo é muito forte.
ResponderExcluirCláudia, tem um selo pra você lá no meu blog (melodiainvertida.blogspot.com).
ResponderExcluirVerdade...
ResponderExcluirE achei que este texto tinha um "quê" de quadrilha, de Drummond...