A cidade que esta tarde me viu partir.
A cidade que veio de Aruanda.
A cidade baixa.
A cidade abriu falência.
A cidade que veio de Aruanda.
A cidade baixa.
A cidade abriu falência.
A cidade fálica, mergulhada em urina.
A cidade filtrada pelos meninos do cais do Porto, suas silhuetas escuras e pequenas.
A cidade filtrada pelos meninos do cais do Porto, suas silhuetas escuras e pequenas.
A cidade repousa, circundada por varejeiras.
A cidade descoberta, abandonada, redescoberta.
A cidade e suas ilhas.
A cidade que faz o itinerário: Praça da Sé – Avenida Sete – Campo Grande – Garcia – Garibaldi – Rio Vermelho – Amaralina – Itapuã - Dique do Tororó – Lucaia – Vasco da Gama – Baixa dos Sapateiros - Praça da Sé.
A cidade que era o sonho, que recebia barcos.
A cidade impregnada de lembranças.
A cidade impregnada de lembranças.
E a cidade, que já não nos pertence, será para sempre nossa.
ResponderExcluir( pra ser lindo ao som de Caymmi, ou de Caetano cantando-e eu, menos estrangeiro no lugar que no momento, sigo mais sozinho caminhando contra o vento...-)
Amor,
Nanda.
Essa cidade que se acostumou a sentir medo.
ResponderExcluirSempre bom passar por aqui.
Beijo.
MINHA LINDA, DÊ UM PULINHO LÁ NO BLOG:
ResponderExcluirhttp://cariboxoxo.blogspot.com/
ESTOU TE AGUARDANDO. VC É BELE, BELA MAIS QUE BELA.
Cidade que não sai de mim.
ResponderExcluirCanção do Exílio (se Gonçalves Dias nascesse na Bahia)
ResponderExcluirRodolfo Pamplona Filho
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.”
Minha terra tem palmeiras,
onde canta o Sabiá;
mas também há outras coisas
que valem a pena apreciar...
Minha terra tem coqueiros,
cujos côcos têm uma água doce;
tão feliz eu não seria,
se baiano eu não fosse
Há um mar verde-azulado
que parece não ter fim,
com uma brisa de beijo salgado
de uma mulher que só diz sim...
Há um clima maravilhoso,
em que imperam o sol e o calor
e onde um inverno rigoroso
se limita a chuva e a frescor.
E uma comida abençoada por Deus,
que é uma mistura democrática de heranças,
convivendo negros, índios e europeus,
ensinando o respeito ao outro desde crianças.
Minha terra tem musicalidade
e um artista em cada cidadão,
fazendo festa em cada canto da cidade,
pois ser feliz não custa um único tostão.
Minha terra tem um povo hospitaleiro,
que trata o visitante como um amigo,
recebendo-o em seu ambiente caseiro,
como se fosse um companheiro antigo.
“Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
Não permita Deus que eu morra
e perca toda esta alegria...
sem que lembre dos amores
que deixei na minha Bahia
Não permita Deus que eu morra,
sem que eu volte para lá;
sem que eu reveja meus amores
que não existem por cá;
sem que eu chore horrores,
até reencontrar o meu lugar.
Salvador, 10 de julho de 2010