Janela Acesa


 A moça se inclina sobre o parapeito,
silêncio, flor branca guardada.

Perdida de mim, a moça ausente me olha.
É a minha alma que ela espreme entre os dedos ferozes.

A moça habita o azul,
entre nuvens, anjos e pássaros, seu rosto sem sol.

Suspensa nos olha, atrás da vidraça, seu nicho de santa,
sua vida que eu não conheço.

De longe eu a vejo, princesa do céu,
enquanto estou preso em mim.