Pela manhã, a casa parece vazia, mas a mesa está posta.
Os grãos cristalinos dançam no açucareiro.
Têm-se a impressão de que os talheres estão suspensos no ar.
As casas invisíveis estão repletas de espelhos. Nesse infinito, os
homens se buscam.
Os homens invisíveis consideram o rosto humano uma obscenidade.
As ruas desertas estão repletas de homens invisíveis.
Nos dias de chuva, são espaços
que se abrem entre gotas.
Os cães parecem caminhar livres pelas ruas.
A luz perpassa os seus sorrisos vítreos.
Todos os dias os homens invisíveis morrem, nascem outros.
São Paulo, 2011
Gosto muito do que escreve.
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